Metamorfose
Quase a fazer anos e começo a fazer um balanço de tudo o que fiz e ficou por fazer este ano. Acho que foi o ano mais difícil que tive desde que cheguei a Paris. Vejo-me num pôr-do-sol cansado, as linhas do mar começam a rasgar o meu rosto sem dar conta do reflexo delas, mas o sonho de voos mais altos nunca deixam as minhas asas descansar.
Tive de tomar várias decisões importantes para mim, e acreditem, eu não sou nada boa nisso. Ainda não fiz outra coisa desde que cá cheguei. Ganhei coisas, talvez a melhor delas todas, mas tive que deixar tantas outras que ainda hoje fazem mossa no meu coração... Este fica sempre perdido no embalo do céu sem saber a que casa voltar.
Foi e tem sido um ano difícil, talvez um acumular de quase 5 anos num país que eu nunca consegui chamar de meu. Onde os rostos calorosos deram lugar aos traços vazios e o aconchego dos colos que me acalmam os medos passaram a ser a minha almofada. Sim, é preciso coragem para sonhar!
Mas olhem, o mais importante é que, apesar de todas os loupings deste(s) ano(s), eu acredito que está perto o dia em que vou voltar de vez para ver o pôr-do-sol da minha casa - aquele que desperta o melhor de mim. Já fiz tantos sumos de laranja com ele, e não o troco por nada!
Nunca o trocarei.
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